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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Uma merecida homenagem!

TRIBUTO AO ÍNDIO


Antes de nossa chegada

Como o índio era feliz!

Tinha a mãe natureza

Como suprema matriz

Da qual extraía a seiva

Necessária ao seu matiz.


A mãe natureza era

Ao extremo respeitada
Porque o índio entendia

Que sem ela ele era nada.

Neste tempo, Pindorama,

Realmente foste amada!


Não tinha poluição,

Queimadas, desmatamento.

Não havia inseticida.

Era puro, o alimento.

O globo sorria alegre

Livre do aquecimento.


O índio só extraía,

da natureza, a essência

A qual fosse necessária

À sua sobrevivência.

Tinha então com o meio

Perfeitíssima convivência.


Não tinha capitalismo

Selvagem ou domesticado.

Com união e respeito,

Todo mundo era tratado.

Cada índio tinha o seu

Espaço igual reservado.


Então chega o europeu

Com o “verdadeiro ideal”

De vida e se escandaliza

Diante do Natural.

Fareja a terra do índio

Como alvo principal.


O índio então vai cedendo

Iludido ou obrigado.

Entrega suas riquezas

Entre elas o legado

Cultural que invadido

Se torna fragilizado.


Quando o índio percebe

Deus! Já é tarde demais…

Os que se diziam amigos

Eram inimigos fatais.

Tomariam suas terras

Com covardia voraz.


Um minuto de silêncio,

Peço ao amigo leitor

Pelo massacre expedido

Que causara grito e dor.

Chamamos dizimação,

Esses atos de horror.


Sinto-me envergonhado,

Caro índio, nesse dia.

Sei que nenhuma desculpa

Vai curar a tirania

Praticada contra ti.

Teu sangue não silencia.


Mesmo assim peço perdão

Por todo o mal que te fiz.

Não é certo massacrar.

Dar vazão à cicatriz

Incurável em função

Da construção de um país.


Se for possível perdoe

Esta vã humanidade

Que se destrói dia-a-dia.

Para ela, na verdade,

O dinheiro e não a vida

Tem maior prioridade.


Percorro quinhentos anos

E ao povo índio contemplo

Na certeza de que ele é

O mais elevado exemplo

De vida a ser perseguido

Pelo mundo em qualquer tempo.


Autor: Manoel Messias Belizario Neto


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